Não faz sentido a Universidade ensinar a programar em Windows. Estudantes — especialmente de computação — precisam ter acesso a todo o código fonte. O Windows não permite e nunca permitirá a livre transferência tecnológica.
por Foodo blog Luis Nassif
Presidente da Microsoft critica banda larga e ‘proteção’ ao Linux no Brasil
Steve Ballmer deu palestra para estudantes universitários em São Paulo. No país, executivo mostrou prévia da nova versão do Messenger.
O presidente da Microsoft, Steve Ballmer, criticou nesta quarta-feira (28) a estrutura física da internet brasileira e a posição oficial do governo do país em estimular a adoção de software livre no lugar dos programas Windows e Office, criados pela companhia americana.
Em palestra para estudantes na Universidade de São Paulo, na capital paulista, Ballmer disse que o Brasil pode ser prejudicado na transição da tecnologia para a chamada “computação na nuvem”, na qual os programas dependem de bases de dados hospedadas na internet.
Na segunda-feira, estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) classificou a internet brasileira como lenta, cara e mal distribuída. “Espero que o governo entenda que a conexão de banda larga à internet é infraestrutura básica”, afirmou Ballmer, ao ser questionado pelo G1 se os problemas da rede no país atrapalhariam os planos da empresa de investir em computação na nuvem.
Sobre a preferência declarada do governo brasileiro a sistemas baseados em software livre, como o Linux, Ballmer disse que gostaria que o Estado adotasse uma posição neutra. “Respeitamos o desejo do governo brasileiro de apoiar a diversidade. Mas a política de apoio ao software livre não é exatamente a que eu gostaria. Preferiria uma posição de neutralidade”, disse.
Nas universidades, no entanto, Ballmer vê um caminho livre para estimular o uso do Windows e da plataforma Office. “Se você estuda para ser um programador, não vejo porque não aprenderia a programar para o sistema que é líder de mercado. E pelo menos 50% dos programadores do Brasil criam software para Windows”.
Novo Messenger
Ballmer aproveitou a passagem por São Paulo para apresentar a nova versão do Windows Live Messenger, serviço de mensagens instantâneas mais popular entre os internautas brasileiros. O sistema vai ganhar funções de rede social.
O novo programa terá também função de chat com vídeo em alta resolução (HD), e se integrará ao Facebook, rede da qual a Microsoft é detentora de 1,6% das ações, compradas em um acordo de US$ 240 milhões em 2007. Será possível visualizar dentro do ambiente do Messenger conteúdo de outros serviços on-line como LinkedIn, MySpace, Twitter, YouTube e Flickr.
O Brasil foi o local escolhido para o anúncio por ser o país com o maior número de usuários ativos do Messenger. De acordo com o diretor geral do grupo de serviços on-line da Microsoft Brasil, Osvaldo Barbosa de Oliveira, 46 milhões de brasileiros utilizam o Messenger. Em todo o mundo, o sistema conta com 320 milhões de usuários. “Hoje, 25% do tempo gasto pelo internauta brasileiro é com o Messenger”, diz Oliveira.
Integrado ao chamado Wave 4, conjunto de aplicativos on-line da Microsoft – que inclui também o e-mail gratuito Hotmail e as ferramentas de edição de foto e vídeo Windows Live Essentials –, o novo Messenger não tem data de lançamento definida.
Ao G1, o diretor da divisão Windows Live, Dharmesh Mehta, afirmou que o programa está em fase interna de testes, que deve ser expandida ao longo do ano. “Os usuários poderão utilizar o novo Messenger ainda em 2010”, diz.
Mudanças
Para quem usa a principal função do Messenger, isto é, trocar mensagens instantâneas, as mudanças serão apenas cosméticas. Agora, o Messenger terá uma melhor integração com o Windows 7, permitindo o acesso a seus contatos prediletos diretamente na barra de ferramentas do sistema operacional. As janelas individuais dos chats agora serão agrupadas em abas, todas numa mesma janela.
Na nova janela social, será possível ver todo o conteúdo enviado por seus contatos para sites como Facebook, Flick e Twitter, por exemplo. É possível filtrar o conteúdo, dando preferência para fotos e textos enviados por seus contatos mais próximos. Mas e o Orkut, rede social da concorrente Google e site preferido do internauta brasileiro? “Queremos trabalhar com todos os sites, se possível. Mas por enquanto (o Orkut) não está integrado”, afirma Mehta.
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