Computador mais veloz do Hemisfério Sul é doado a instituto do Rio Grande do Norte
Graças à parceria entre o Ministério da Educação e a Associação Alberto Santos Dumont para Apoio à Pesquisa, que administra o Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmon e Lily Safra (IINN – ELS), o Brasil receberá um supercomputador (o Blue Gene) doado pelo governo da Suíça – o País passa a ter o computador mais veloz do Hemisfério Sul. A notícia será dada ao presidente Lula nesta terça-feira (31/8) em São Paulo pelo neurocientista Miguel Nicolelis, diretor científico do IINN, que receberá o aparelho desenvolvido pela IBM e capaz de simular as funções do cérebro, fazendo 24 trilhões de cálculos por segundo.
O supercomputador permitirá a análise de dados de atividade cerebral, de genomas e de modelos biológicos. A máquina também ajudará estudos em áreas do conhecimento como clima, geologia e genética, com simulações em matemática e física.
O IINN tem, em parceria com os ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia, um programa de educação científica que atende 1.400 estudantes da rede pública de ensino do Nordeste, em três centros: Natal e Macaíba, no Rio Grande do Norte, e em Serrinha, na Bahia. A ideia do instituto é descentralizar a pesquisa nacional, atualmente restrita ao Sudeste e ao Sul do País.
O instituto também opera um centro de saúde materno-infantil que atende cerca de 1.000 pacientes por mês da região metropolitana de Natal. Em pareceria com o MEC e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, está construindo o “Campus do Cérebro”, primeiro campus universitário todo voltado para estudos de cérebro humano, onde será instalado o supercomputador. O projeto é complementado pela criação da “Cidade do Cérebro”, orçada em R$ 2,5 bilhões que visa criar o primeiro parque industrial de pesquisa e tecnologia totalmente voltado para a busca de terapias e curas para doenças neurológicas.
A primeira unidade do IINN, então chamado Centro de Estudo e Pesquisa Prof. César Timo-Iaria, foi inaugurada em 2005, em Natal. Dois anos depois, mudou seu nome para o atual, devido a uma significativa doação de Lily Safra, a maior da história da ciência brasileira. O instituto foi idealizado por Nicolelis, considerado um dos 20 maiores cientistas do mundo no começo da década passada pela revista Scientific American e um dos 100 brasileiros mais influentes de 2009 pela revista Época.
Nicolelis também faz parte da Academia Francesa de Ciência e foi o primeiro brasileiro a receber o prêmio Pioneiro do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos. Instituído em 2004, este é o mais prestigiado prêmio científico dado pelo governo americano por intermédio do Instituto Nacional de Saúde a pesquisadores biomédicos, como reconhecimento por suas abordagens inovadoras. O agraciado recebe um prêmio em dinheiro, no valor de US$ 2,5 milhões.
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